Stephanie-May Elswood é a fundadora da Sasstainable, uma marca de estilo de vida empenhada em reduzir o uso de plásticos de utilização única em favor de produtos reutilizáveis.
Desde escovas de dentes e talheres em bambu a bolsas de comida reutilizáveis, copos dobráveis e formas de bolo em silicone, a Sasstainable propõe maneiras modernas e cheias de estilo de proteger o planeta, todos os dias.
Eis o que Steph tem a dizer sobre os prós e contras de gerir um negócio ético on-line.
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Começando pelo princípio, o que a inspirou a criar a Sasstainable?
Num mundo em que os produtos de uso diário têm vida curta, mas impacto prolongado, quis criar uma marca que fizesse exatamente o contrário.
Tinha andado a pesquisar formas de ser mais sustentável na minha vida pessoal e queria resolver alguns dos meus próprios deslizes não sustentáveis – os talheres descartáveis à hora do almoço eram a minha maior derrota.
Quis desenvolver uma gama de produtos atraentes, feitos com ética e amigos do ambiente, para ajudar a educar o meu público e tornar mais fácil às pessoas respeitar o planeta.
Teve algum investimento externo para começar?
Comecei a Sasstainable com as minhas próprias economias, pelo não houve qualquer financiamento externo! Desde então, tenho reinvestido todos os lucros.
Como foi a curva de aprendizagem?
Dramática.
Cometi muitos erros logo de início e tinha muito pouca experiência no setor do e-commerce. Os meus principais antecedentes eram na área das redes sociais, criação de conteúdos e marketing.
Tentava conciliar eu própria todas as funções da empresa, saltando entre o serviço ao cliente, a execução, o desenvolvimento de produto e as redes sociais. Era stressante!
Ter um negócio de e-commerce é muito mais do que simplesmente vender um produto e acho que não me tinha apercebido disso. Muitas vezes, atirava dinheiro aos problemas para os tentar resolver rapidamente, em vez de dedicar tempo a encontrar soluções mais adequadas e custo-efetivas.
Uma coisa que aprendi desde cedo foi a prestar atenção à sazonalidade.
Por exemplo, a empresa foi lançada em novembro de 2019 e eu subestimei largamente o tipo de procura que teríamos pelo Natal. Encomendei menos stock do que o necessário e não considerei devidamente as demoras no envio, durante a época festiva.
Quantas horas trabalhava em média e que tipo de apoio tinha?
É difícil dizer exatamente quantas horas lhe dedicava inicialmente. Eu geria a empresa a par do meu negócio a tempo inteiro nas redes sociais e na fundação de beneficência, mas estou certa de que foram muitas horas!
Tenho a sorte de ter uma família que me apoia muito e isso foi uma imensa ajuda, sobretudo nos primeiros tempos.
A minha mãe deu-me uma ajuda tremenda nas recolhas e empacotamento, idas aos correios e serviço ao cliente.
Contratei dois assistentes bastante cedo, para me ajudarem com o marketing e os aspetos das redes sociais, que foi das minhas melhores decisões nessa fase.
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Como criou a sua base de clientes?
Tive a sorte de ter alguma presença online no meu Instagram pessoal, o que ajudou definitivamente a pôr as coisas a mexer.
Se é algo que possa começar a alimentar desde já, força!
Também fiz bastante pesquisa sobre influenciadores de sustentabilidade e ofereci-lhes produtos em troca de uma apreciação sincera. Pelas histórias que eles partilhavam nas redes sociais, eu recebia mais adesão ao meu site.
Qual é o maior desafio para um pequeno negócio se tornar verde e como ultrapassá-lo?
Sustentabilidade não significa cortar por atalhos.
Há tantas soluções “mais fáceis”, mas que podem não ser sustentáveis. Mas quando está a crescer e a sua empresa ainda se encontra na fase da infância, pode começar a implementar essas mudanças desde cedo, para que os seus compromissos de sustentabilidade cresçam com a sua empresa.
Haverá sempre empresas não sustentáveis que o irão minar e tornar-lhe difícil concorrer com elas.
Mas mantenha-se firme e tenha consciência de que tem uma melhor visão para o planeta e cative os clientes a acompanhá-lo nessa viagem.
O que podem os detentores de pequenos negócios fazer para se tornarem verdes, se ainda não o fazem?
Há muitas formas de se tornar um negócio mais sustentável. Considere todos os aspetos desde a origem até ao consumidor e não tenha medo de colocar questões.
Onde são feitos os produtos? Quem os faz? Que materiais são usados?
As suas embalagens são amigas do ambiente? Consegue encontrar uma distribuidora que faça a entrega dos produtos com veículos elétricos?
Pode também adicionar uma funcionalidade de compensação de carbono ao checkout, o que neutralizará o transporte.
Na Sasstainable, também colaboramos com uma empresa chamada “Tree-app”, que permite aos clientes plantarem uma árvore por cada compra feita.
Também vale a pena procurar material de embalagem amigo do ambiente, que seja reciclado ou reciclável. Trata-se de fazer pequenas mudanças com um grande impacto e de ajudar os clientes a fazer o mesmo.
Que tipo de contratempos encontrou e como os contornou?
Penso que o desafio mais complicado foi encontrar developers de produto e fabricantes em quem pudesse confiar.
Nunca quis lançar um produto que não fosse perfeito, mas também quis certificar-me de que era acessível para os clientes.
Partindo dessa base, aprendi a nunca aceitar o primeiro custo unitário indicado e a dizer o que penso, mesmo quando sinto que estou a ser demasiado exigente.
O que aprendeu de mais importante enquanto detentora de um negócio?
Que não é fácil! Mas, agora a sério, diria que há quatro coisas fundamentais que aprendi e que são incrivelmente importantes para detentores de negócio iniciantes: